quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

O sino


Doce sino a bater no campanário
Pertinaz despertador da alma sonolenta
Ocasiões diversas és tu o mestre de cerimônias
Cadência cândida que avisa e acalenta

Nos batismos tu gritas lá do alto
Que mais um no Corpo Santo se enxerta
Que dali há de brotar novo cristão
que bradará sobre o messias às almas desertas

Nos casórios hás de ser o anfitrião
daqueles que contemplam a fusão dos corpos amantes
Anuncias festivo a chegada dos anjos

Celestes mensageiros do divino artífice
Empurram-te ao trabalho quando ameaças parar
E se paras, ressoa-te no fundo das almas

O que és tu na morte , ó sino?
És a triste trilha sonora da infausta passagem
Ecoas no além em aviso da alma que adentra
a saber se viverá ou morrerá eternamente;

Ao tic-tac das horas serves
Às impacientes. Madames faz-se grito
Ao medievo, eras a conta dos momentos vitais

Se avisas da Missa que se inicia
Ou se avisas do Trem que parte ;
Ainda que avises o cortejo fúnebre
Em verdade és o corneteiro das grandes jornadas


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